Container xChange, um mercado de tecnologia e uma plataforma operacional para empresas de logística de contêineres publicou ontem um relatório intitulado “Onde estão todos os contêineres”. O relatório revelou que, em meio à alta temporada de embarques, perturbações como escassez de contêineres, aumento dos preços médios dos contêineres e mais de 200% de aumento nas taxas de coleta aguardam os exportadores e embarcadores na Índia.
A Índia resistiu às crescentes turbulências globais com mais resiliência do que muitos outros países. Entretanto, o efeito cascata dos distúrbios causados nos últimos dois anos tem provocado desequilíbrios significativos no mercado e na provisão de contêineres no setor de transporte marítimo indiano. Além da digitalização das cadeias de abastecimento, o comércio eletrônico e a capacitação para o comércio de contêineres têm sido as principais áreas de foco do governo.
A Índia vem marcando presença em todo o mundo à medida que a estratégia “China Plus One” se desdobra, e tem alavancado sua vasta linha costeira ultimamente. No entanto, em meio aos muitos obstáculos para um maior crescimento e melhoria, o transporte para o interior e o custo dos contêineres são os principais. A plataforma Container xChange sempre apresenta os portos indianos como alguns dos portos mais caros, o que também se deve ao fato de haver muitos encargos que tornam a movimentação de contêineres mais cara a partir da Índia. O que a Índia precisa é de um conjunto de mecanismos alternativos que possam ajudar a expandir sua capacidade portuária e, então, reduzir os custos logísticos.
“Em escala global, o fator importante a se considerar é que não há tanta necessidade de aumentar ainda mais a frota de contêineres. Na verdade, em outra análise, estudamos que em breve haverá um excesso de oferta de contêineres em todo o mundo. O que é mais importante é desenvolver uma infraestrutura que atraia empresas para conduzir o comércio de contêineres na Índia e através dela. Isso envolverá três investimentos principais – digitalização do comércio de contêineres, infraestrutura para transporte e eficiência e transparência nos processos e cobranças operacionais.” (Christian Roeloffs, cofundador e CEO da Container xChange)
De acordo com o relatório, há um aumento acentuado nos preços médios dos contêineres e nas taxas de aluguel por viagem simples no mês de julho de 2022. Julho é um mês crucial para a indústria de transporte marítimo, pois este período marca o início da alta temporada de embarque.
Os preços médios para caixas cargo worthy, ou CW (critério que indica que um contêiner usado é adequado para transportar carga) na Índia aumentaram significativamente desde a pandemia
Os portos indianos têm aparecido nas listas dos 10 mais caros para contêineres tipo DC (Dry Container) de 20 pés (cerca de 6 metros) e contêineres tipo HC (Container High Cube) de 40 pés (cerca de 12 metros), conforme o relatório. Para DCs de 20 pés, os preços médios aumentaram 61,15% de US$ 900 em julho de 2020 para US$ 2.317 em julho de 2022. Enquanto para HCs de 40 pés, os preços médios dos contêineres aumentaram 57,34% de US$ 1.800 em julho de 2020 para US$ 2.317 em julho de 2022.
No entanto, os preços médios de negociação dessas caixas, para 20DCs aptos a transportar carga, os preços em Mundra, Nhava Sheva e Chennai caíram ligeiramente para US$ 2.384, US$ 2.362 e US$ 2.356.
Mas para 40HCs aptos a transportar carga, os preços de negociação caíram mais nos portos de Mumbai e Mundra. Os preços caíram 5,51% para Mumbai (US$ 3.773) e 8,85% para Mundra (US$ 3.605). A queda nos preços em Chennai foi de 3,83%, já que os 20DCs estavam sendo negociados a US$ 3.969. Em Nhava Sheva, o preço médio de um 20DC apto a transportar carga foi de US$ 3.918.
Conforme as turbulências na navegação seguidas pela escassez de contêineres continuam este ano, muitas empresas de navegação pularam as escalas nos portos da Índia para manter a integridade do cronograma. Isso afetou posteriormente a demanda e levou a um declínio gradual, mas pequeno, nos preços médios dos contêineres aptos a transportar carga.
Fonte: Sindicomis
Publicação original: LogisticsInsider, por Rachayita Sidharth